Por:Turismo de Minas
Notícias
jun 2020
Mobilizado pela pandemia de Covid-19, um grupo de fotógrafos mineiros se uniu para uma iniciativa solidária em prol de entidades e grupos sociais impactados pelo novo coronavírus. Tendo como inspiração ações realizadas por profissionais da fotografia em lugares como São Paulo e Bérgamo, na Itália, surgiu o projeto Fotografias por Minas.
A iniciativa vai até dia 12 de junho. O projeto já conta com a adesão de mais de 300 participantes, profissionais de renome como: Eustáquio Neves, Márcia Charnizon, Pedro David, João Castilho, Gustavo Lacerda, Kika Antunes, Isis Medeiros, Daniela Paoliello, entre outros.
Cada participante do Fotografias por Minas disponibilizará, para doação pelo valor de R$150,00, uma imagem de sua autoria. O tema das imagens é inspirado na ideia “para imaginar um mundo novo”, em referência ao livro “Ideias para adiar o fim do mundo, de Ailton Krenak, e as fotografias enviadas expressam uma reunião de múltiplos olhares.
As cópias/prints fine art das fotografias serão ilimitadas, pelo tempo que durar a iniciativa. As doações poderão ser feitas no site www.fotografiasporminas.com.br. As imagens serão impressas em papel Hahnemuhle Photo Rag 188 gr, em Pigmento Lucia EX Pro, no formato 20x30cm, realizadas pela Artmosphere.
O pagamento será feito por meio de boleto bancário, cartão de crédito ou Mercado Pago. As fotografias serão impressas, a partir de outubro, e enviadas pelos Correios. O valor arrecadado, depois de serem descontados custos de impressão e logística, será destinado a projetos sociais mineiros que necessitam de auxílio imediato por causa da pandemia. O montante será revertido e distribuído na compra de alimentos, medicamentos, materiais de proteção e higiene ou outros itens de necessidade indicados pelas entidades.
O projeto Fotografias por Minas tem parceria e o apoio de empresas mineiras, como a Greco Design, a Artmosphere Fine Art e a ETC Comunicação.
A primeira meta do projeto Fotografias por Minas é arrecadar R$ 60.000 para serem divididos entre as cinco primeiras entidades selecionadas: Comunidade Geraiseira do Vale das Cancelas (região de Grão Mogol), Comunidade Quilombola Ausente Feliz (Serro), Creche Bom Pastor (Ibirité), Lar de Idosos Sagrada Família (Bonfim) e Proteção Animal Amigo Sem Dono (Ribeirão das Neves).
O objetivo é acolher, nesta primeira etapa do projeto, pelo menos uma entidade de cada um dos públicos que está sem apoio e em especial situação de vulnerabilidade neste momento:idosos, comunidades tradicionais-quilombolas e Geraiseiros, pessoas com deficiência e proteção ao meio ambiente e aos animais.
Comunidades tradicionais Geraizeiras: 73 comunidades compõem os três Núcleos do Território Tradicional Geraizeiro de Vale das Cancelas: Núcleo de Josenópolis, Núcleo de Lamarão e Núcleo do Tinguí. As comunidades se auto definem pelo modo de vida tradicional e pela ocupação para uso comum das áreas mais altas, conhecidas como Gerais, normalmente composta da vegetação do cerrado. As comunidades fazem uso de estratégias produtivas diversificadas, como a solta do gado e a coleta de frutos diversos e de plantas medicinais, para garantir o sustento e a reprodução social.
Comunidade Quilombola do Ausente: localizada no município do Serro, no Vale de Jequitinhonha/MG, A agricultura é a principal fonte de renda familiar. O envolvimento no projeto Flor e Ser: Permaculturando corações e mentes, tornou possível escoamento das produções, por meio das entregas dos produtos para comunidades de Milho Verde, São Gonçalo e Diamantina. Com a pandemia, a circulação ficou precária e o isolamento foi necessário para preservar a saúde das 200 pessoas, que estão necessitando de apoio.
LarNaLuz – Creche Bom Pastor: Instituição filantrópica de utilidade pública, sem fins lucrativos, destinada ao amparo a 50 pessoas carentes, entre 21 e 67 anos, com alguma deficiência física e/ou mental em grau profundo. A entidade realiza diariamente atividades com profissionais de educação física, fisioterapia e terapia ocupacional. Promove também acompanhamento com dentista, massoterapeuta, psicóloga, assistência social, neurologista e equipe de enfermagem. Os internos recebem refeições diárias e balanceadas, acompanhadas por nutricionista. São realizados ainda círculos de música, três vezes por semana.
Lar dos Idosos Sagrada Família: instituição filantrópica, sem fins lucrativos, localizada no município de Bonfim, que acolhe pessoas acima de 60 anos, dando assistência, acompanhamento médico e social. A entidade atende atualmente 37 idosos, sendo 23 mulheres e 14 homens. Tem capacidade de acolher 40 pessoas e conta com 15 funcionários. É mantida com o benefício dos próprios instituídos, da Sociedade de São Vicente de Paulo e doações da comunidade.
Associação de Proteção Animal Amigo Sem Dono: há três anos, atua pela causa animal em Ribeirão das Neves. Os recursos da entidade são provenientes de pequenas doações de pessoas física, de rifas e eventos, inviabilizados por causa da pandemia. A Associação resgata animais em situação de perigo, trata e prepara para adoção; ajuda tutores carentes com doações de alimento e medicamentos; realiza campanha educativas, sobre as principais doenças dos pets e adoção responsável; denuncia maus tratos contra animais e assegura alimento aos animais de rua.
Em 2018, foi criado o grupo “Fotografia pela Democracia”, formado por fotógrafas e fotógrafos em vários lugares do país. Em Belo Horizonte, o primeiro encontro presencial reuniu 127 pessoas. As conversas continuaram pelo whatsapp, discutindo política e assuntos ligados à fotografia.
A partir do grupo de profissionais que se reúne virtualmente, surgiu a ação Fotografias por Minas, inspirada em iniciativas semelhantes realizadas em outras partes do Brasil e do mundo. O objetivo é “continuarmos com nossa união, pensando em ações e atividades de apoio entre nós e de fortalecimento da fotografia contemporânea”, conforme destaca Ísis Medeiros, uma das colaboradoras do projeto.
“Percebemos que esta iniciativa de criar uma campanha está sendo muito importante para, de certa forma, traçarmos um olhar contemporâneo sobre a fotografia criada no estado. Isso acabou reunindo uma diversidade de representantes dessa criação, a união da classe para um bem comum maior, que é ajudar comunidades em situação de vulnerabilidade social”, ressalta Júlia Pontés, colaboradora do projeto.
Márcia Charnizon explica a importância de projetos como este para os profissionais da fotografia em tempos de pandemia. “Devido à desigualdade social no Brasil, entendemos que o impacto da Covid-19 será mais grave em populações mais vulneráveis. Para nós, é importante contribuir para tentar mitigar essa situação. Doar imagens nos pareceu a ideia mais sincera.”
Ainda não recebemos comentários. Seja o primeiro a deixar sua opinião.
Deixe um comentário