Por:Turismo de Minas
dez 2018
Atualizado em: 06/01/2019 ás 13:45
Em junho de 2016 vendemos tudo que tínhamos (móveis, eletrodomésticos, equipamentos…), pois os donos do apartamento que a gente alugava tinham pedido o imóvel, e também porque estávamos de mudança para a Europa.
Mas foi então que o Jornal Estado de Minas nos convidou para uma parceria no caderno de turismo, e decidimos adiar nosso intercâmbio. Como não tínhamos mais casa, e não queríamos recomprar as coisas e nem alugar outro apartamento, pois ainda iríamos viajar, decidimos morar em hotel.
Inicialmente, achamos que seria no máximo por um ano, porém ficamos dois anos pulando de quarto em quarto de hotel, principalmente em Belo Horizonte. Foi uma experiência incrível, mas também desgastante!
Guardamos o restante das nossas coisas e documentos da empresa na casa dos meus pais, em Cana Verde (no sul de Minas, a 200 km de BH) e passamos a viver só com uma mala de mão e com uma mochila. Até hoje algumas pessoas não acreditam, que principalmente eu, como mulher, consigo viver só com isso, pois roupa, sapato, cosméticos e tudo mais que eu quisesse ter tinha que caber na mala de mão.
Foi ai que parei de usar salto, que cortei o cabelo mais curto, que comecei a usar só umas 15 peças de roupa e uns 3 sapatos. Uso tudo até quase rasgar ou furar, e só então compro outro, para substituir, jamais para somar, até porque não temos espaço para guardar.
A melhor parte foi perceber que quanto menos coisa eu tinha mais feliz eu ficava. Era mais fácil carregar e eu não perdia tempo escolhendo o que usar. Algumas pessoas podem até falar que eu só uso a mesma roupa, mas isso não me incomoda. Pois eu escolhi repetir a roupa e usar o dinheiro que ganho para coisas mais prazerosas, como viagem e gastronomia.
Antigamente eu vivia no shopping e no salão, mas quase não saía de BH. Deixava todo meu dinheiro em lojas de marca, na manicure e no cabeleireiro. Tinha vários vestidos, sapatos e bolsas. Pensava que estava arrasando, mas na verdade só enchia meu guarda roupa. Hoje conheço 11 países e mais de 100 cidades.
Todo mundo fica vendo a gente morar em hotel e acha que nossa vida é só flores, mas muito pelo contrário. Você já pensou em viver somente dentro de um quarto, com poucos metros quadrados? E em ter que ficar trocando de hotel constantemente?
Esta foi a escolha que fizemos para esta fase da nossa vida, e não nos arrependemos disso, pois pudemos conhecer muitos empreendimentos. Foram mais de 30 hotéis só em BH. E como não tínhamos dinheiro para pagar por tantas diárias, o que fizemos foi trocar as hospedagens por divulgação e serviços de produção de conteúdo (textos, fotos, vídeos).
Para desmistificar um pouco e compartilhar com vocês a realidade, separamos as coisas que mais odiamos e as que mais amamos, nestes dois anos que moramos em hotéis!
Tem coisa mais chata que pegar fila e ainda preencher fichas de hotéis? Na maioria das vezes a gente chega cansado, querendo tomar um banho e dormir, e temos que ficar na fila e preencher aquela ficha de cadastro, mesmo o hotel tendo nossos dados no sistema.
Que raiva que dá quando já esperamos um tempão no check-in, pegamos as bagagens, subimos no elevador e quando chegamos na porta do quarto a chave não funcionou. Ai temos que deixar tudo no meio do corredor e descer para pegar outra chave.
Ave Maria! Ninguém merece ficar apertando aquele botão pro secador funcionar. Meu dedo fica até dormente. Isso sem dizer, que na maioria dos hotéis, a potência do secador é baixinha, e demora uma eternidade pra conseguir secar o cabelo. E ainda tem hotel em BH que não tem secador no banheiro. Acredita? O duro é quando não tem o secador no banheiro, ai tem que ligar na recepção pra pedir emprestado, e o único que tem está em uso.
Tem hotel que tem internet é tão lenta que nem dá para abrir um site direito. E pasmem, tem hotéis que a internet não funciona no quarto, ai a gente tem que ficar segurando o computador no meio do corredor pra conseguir conectar. Mas o pior é quando o hotel limita a quantidade de aparelhos em uso no quarto. Isso sem falar quando a internet desconecta toda vez que a gente fica uns minutos sem usar. Ai tem que fazer login 500 vezes por dia.
Acho que esta é a pior parte. Lavanderia de hotel é a coisa mais cara do mundo. Já pensou em pagar R$10 pra lavar uma calcinha? Eu já teria falido no primeiro mês. Seria bacana alguns hotéis, principalmente econômicos, oferecerem a lavanderia self-service. Em BH só conhecemos um apart que tem este tipo de serviço, e outro apart que tem máquina de lavar e secar no quarto – isso pra gente foi umas das coisas mais incríveis, durante nossa temporada lá.
As pessoas são totalmente sem noção. Elas conversam no corredor do hotel igual se tivessem conversando na cozinha de casa. Na maior altura. Elas não entendem que aquele espaço é compartilhado e que as outras pessoas não querem saber o que elas fizeram ou deixaram de fazer.
A maior decepção em hotel é quando chegamos para tomar café da manhã e o suco não é natural. Nem minha avó serve Tang mais, gente. Em hotel então, servir suco de pó é inaceitável. Pior então quando vamos comer ovo mexido e o ovo tá nadando no leite. Eca, que nojo!
Outra coisa que não conseguimos compreender é porque uma garrafinha de 200ml de água mineral chega a custar R$10. Os itens do frigobar são caríssimos, o que não incentiva o consumo. O hóspede acaba indo no supermercado mais próximo ao invés de comprar no próprio hotel.
Se tem uma coisa que me incomoda bastante são as luzes de aparelhos deixados em stand by, como de alguns televisores, de aparelhos TV a cabo, de ar condicionado e de alarmes. Meu sono é super leve e não consigo dormir se não tiver tudo escuro. Quando a iluminação é exagerada, tenho que tampar com um papel ou fita e ainda usar uma venda para dormir.
Quase morremos do coração quando de madrugada, naquele silêncio absoluto, o frigobar faz um barulhão. Parece que tem uma pessoa saindo lá de dentro. Nuuuu, é cada susto!
Estamos lá dormindo e de repente escutamos 10º andar, desce. Ai já era! Não entendemos porque alguns hotéis deixam o som dos elevadores no máximo, atrapalhando o sono dos hóspedes.
Alguns hotéis, para economizar, não estão mais usando o virol, aquele lençol que fica debaixo da coberta. Às vezes a gente só quer um lençolzinho para cobrir e mesmo assim tem que dormir com edredom, sentindo o maior calor e sujando a peça sem necessidade.
Mesmo nos dias de hoje, tem hotel que ainda só tem uma ou duas tomadas no quarto, e outra no banheiro. A gente sempre está com 2 notebooks, 2 celulares, 1 tablet, além da câmera com flash. Portanto sempre temos pelo menos sete equipamentos para carregar. Mesmo levando a régua, com cinco entradas, as vezes não conseguimos carregar tudo.
Tem hotéis que esquecem que o chuveiro precisa de manutenção. Ai quando a gente vai tomar banho saem jatos de água para tudo enquanto é lado. E lavamos a cabeça até sem querer.
Já ficamos em hotéis, não só do interior, mas de BH, que as toalhas pareciam pano de chão, de tão surradas. Isso sem falar que quando a gente vai enxugar parece uma lixa.
Economizamos muito dinheiro não tendo que pagar aluguel, IPTU, luz, água, internet, TV à cabo, gás… É ótimo não ter um monte de boleto pra pagar todo mês.
Quando a gente tinha casa, todo sábado era dia da faxina. Eu varria e passava pano e o Marden lavava os banheiros e tirava poeira. Nosso apartamento era grande e passávamos um bom tempo arrumando tudo. Agora tem a camareira que faz isso pra gente!
A comodidade de acordar e o café já estar pronto é uma maravilha. Isso sem falar na variedade de produtos. Cada dia da semana você pode comer o que quiser. Sem ter que ir na padaria e gastar uma grana.
Que delícia acordar, principalmente no frio, abrir a torneira e a água sair quentinha. Adoramos água quente, principalmente pra jogar no rosto, de manhã!
Room service é de Deus! É muito bom pegar o telefone, escolher o que comer e dali uns minutos a comida chegar no seu quarto. Principalmente naqueles dias que a gente não tá afim de tirar o pijama.
Adoramos ficar sentados na recepção do hotel vendo o movimento de hóspedes. Tem gente de tudo enquanto é lugar do mundo. Ficamos lá só observando os estilos, tentando entender o que eles tão falando e descobrir de onde são.
Outra coisa bacana é a área de lazer. É só pegar o elevador e chegar na academia, na piscina ou na sauna. Apesar da gente usar pouco estes serviços, é muito bom quando o hotel oferece!
Esta é uma das coisas que mais amamos! Gostamos de silêncio para escrever e pra editar videos, e quando o hotel tem uma boa vedação é maravilhoso não ouvir o barulho do trânsito e de outras cositas mais.
Em cada hotel que moramos aproveitamos para conhecer o bairro. Passeamos bastante pelas ruas e descobrimos lugares ótimos, que nem sabíamos que existia.
Ville Celestine
Max Savassi
Mercure Savassi
Mercure Vila da Serra
Mercure Lourdes
Othon Palace
Intercity BH Expo
Ramada Encore Virginia Luxemburgo
e.Suites Toscanini
Pampulha Design
Ouro Minas Palace Hotel
Ibis Afonso Pena
Tulip Inn
Holiday Inn
Caesar Business
Royal Golden
San Diego Suítes Pampulha
San Diego Convention Lourdes
Clan Glass Business Tower
Dayrell Hotel e Convention
Belo Horizonte Plaza
Normandy
Nobile Inn
Quality Pampulha
BHB Hotel
Linx Aeroporto Confins
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E você, o que mais odeia e ama em hotéis? Conta pra gente nos comentários!
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